O quadro das empresas é o seguinte:
Mercado existe de sobra para profissionais de redes. O problema, é que se você não fala inglês e tem apenas CCNA, você é só mais um em meio a um monte de outros profissionais. O CCNA, hoje, não é um diferencial muito grande. A certificação te ajuda na hora da seleção do RH, porém, na entrevista técnica, pesa muito mais a experiência no mercado. (Profissionais da área sabem que existe o Pass4Sure e similares, portanto, esses profissionais sabem tem que fazer uma entrevista técnica mais apurada e por isso que levam em conta a experiência.
Com vários profissionais, o mercado tende a pagar menos.
Já empresas que possuem algum tipo de parceria com a Cisco, por exemplo, é interessante ter profissionais certificados, pois a parceria é baseada também no número de certificações que ela possui. Isso ajuda a definir o nível de parceria que a mesma pode alcançar. Claro que existem outros fatores, mas essas empresas dão maior preferência para os que são certificados. Se for certificado e tiver experiência, melhor. Tudo vai da necessidade do negócio. As vezes, você consegue negociar um bom salário, principalmente se você já estiver na área.
Outro foco, que já é o caso do Michel (pelo inglês), são as empresas multinacionais de prestação de serviços, como a IBM, AT&T, BT, EDS, etc.. essas empresas possuem, em sua grande maioria, clientes internacionais, onde a lingua oficial é o inglês. O quadro para essas empresas é o seguinte:
Elas necessitam de pessoas qualificadas, tanto tecnicamente, quanto pelo inglês. O inglês vem a ser mais importante que qualquer outra coisa, pois não adianta você ter o conhecimento técnico e não saber o que o cliente quer, ou pior, não conseguir entender o que o cliente está falando quando o bicho está pegando em conferências (telefone) monstros, onde gerentes e executivos estão bravos e exigem uma solução ou mesmo técnicos de outras áreas empurrando o problema para o time de redes, entre outros. Pressão total!!! todos querendo uma solução rápida. Eu já participei e participo de algumas dessas conferências... é um problema!!! Gagejou, dançou!
Por esta razão, as empresas que exigem o inlgês (multinacionais), não conseguem achar profissionais qualificados (que possuam inglês e experiência na área). Portanto, elas buscam profissionais que falam inglês, geralmente pessoal com 18 a 22 anos, que nunca trabalharam, ou se trabalharam, foi em outra área. Essas empresas fazem parcerias com faculdades para divulgar as vagas, etc... tudo por causa do inglês.
Neste quadro, essas pessoas entram como junior, ganhando em torno de R$ 1000,00 a 1500,00 e trabalham como primeiro nível (1st level), isto é, apenas atendem telefone e fazem o que o procedimento diz (pouca atuação e troubleshooting). Se essas pessoas não conseguem resolver o problema, aí, entra o 2nd level support, o qual já possui o conhecimento técnico e fala inglês. Este já ganha um salário realista, muito melhor.
Muitos 1st level estão trabalhando na área apenas para pagar suas faculdades de biologia, sociologia, etc... tudo, menos redes ou área relacionada!
Nessa situação, as multinacionais não diferenciam os profissionais com vontade de crescer e os que estão apenas para pagar suas contas até arrumar algo na área de interesse. O que vai diferenciar, e muito rapidamente, é no seu dia-a-dia dentro da empresa. Se você curtir redes, mostrar bom trabalho, com certeza, em menos de 1 ano, as vezes um pouco mais, mas você cresce, justamente pela falta de pessoal qualificado.
Pelo que tenho acompanhado, por alguns outros fatores também, o salário melhorou um pouco, pois agora algumas empresas tentam diferenciar quem é da área e quem não é. Isso nem sempre é fácil, pois você pode ter feito ciência da computação (área), mas gosta de programação e não de redes. Por isso, o salário, embora maior, não é muito diferente dos que não são da área.
Conheço pessoas de outras áreas, como uma amiga que fez letras e hoje, está bem como técnica na área.
Tudo é relativo. Não desista e não se sinta ameaçado. O mercado é a necessidade das empresas. A porta de entrada, para a primeira vez, é complicado, mas depois que se está neste mercado, é compensador.
Eu mesmo, como autônomo, eu ganhava muito mais do que quando entrei no mercado, porém eu era técnico em informática e sabia que esse salário continuaria o mesmo por muito tempo, pois não tinha dinheiro para investir numa empresa com maior estrutura, pelo menos a curto prazo. foi então que decidi que queria entrar numa multinacional. tinha apenas a certificação de infra de redes da furukawa e alguma experiência com projetos de infra. Comecei a enviar currículo, etc... desanimei com os salários. Várias vezes, eu tomei aquele não, tanto pela falta de experiência e muitas vezes pelo inglês que não era essas coisas!!! Quando passei em dois processos seletivos, tive que escolher um. O primeiro, era uma multinacional lider de mercado, porém com um salário muito merreca. A outra, com salário um pouco melhor, mas não ofereceria muito crescimento. Escolhi a multinacional com salário que mal dava pra pagar minhas contas do mês. Não sobrava nem pra uma cerveja, mas resolvi tentar e estipulei uma meta para mim, que em 1 ano, eu deveria crescer e, ao menos, ganhar o que eu ganhava como autônomo.
Estudei, dei o sangue, mostrei a que vim... além de mostrar serviço, tirei o CCNA (relevante, mas não tanto quanto mostrar serviço), renovei os FCP Master e Fundamental, corri atrás. Também não menos importante, deixei meu gerente ciente de minhas metas (isso é importante para sua gerência perceber seus objetivos e contribuir com os mesmos).
Eu me identifiquei com a área. Passados 6 meses, eu já tinha decidido que aguentaria mais 1 ano tentando, pois seria compensador. Por fim, no oitavo mês, surgiram osprimeiros rumores que iria ser promovido, mas nada de formal. Quando no 11 mês, veio a promoção. Fiquei muito feliz e foi muito compensador, tanto financeiramente, quanto tecnicamente.
Hoje, continuo estudando da mesma maneira, correndo atrás. Aqui, a gente tem apoio, tem amigos que também gostam de redes e isso estimula o estudo. quando um pega um problema "cabeludo" o outro é chamado para acompanhar, etc... existe o companheirismo e o profissionalismo.
hoje, tenho novas metas. Estou correndo atrás dessas metas, pois sei a área é promissora.
Escrevi um livro hehehe... mas é pra tentar mostrar como o marcado de redes está. Também tentei passar minha experiência, de como entrei no mercado, pensando da mesma maneira que você, porém, resolvi arriscar e vi que não é bem como todos dizem, que pagam salários baixos, que não compensa, etc... Eu achei que compensou muito e, com certeza, vai compensar.
É aquela história: um passo após o outro. Faça um projeto. Tenha risco, porém calculado.
Só para relembrar: Certificação não quer dizer nada... até CCIE written tem P4S. CCIE lab não
Também não adianta ter mil certificações sem experiência. Ter uma certificação é diferencial na primeira análise, visto por pessoal do RH (não técnico). Na entrevista técnica, o que vale é o que você vai falar, bem como escrever (no caso de provas). Aí, é a experiência que conta.
Sobre salários: Se você já é da área (trabalha na área de redes especificamente), você não fica sem emprego. Com certeza o mercado é melhor para quem já está nele.
Se você gosta da área, faça um projeto calculado, invista na empresa, pois ela investirá em você.
Quando entrar, mesmo com o salário baixo, se envolva em problemas, tente resolvê-los. Acompanhe os que tem mais experiência, mesmo se seja pra fazer hora extra sem cobrar. Seja visto! Claro... seja visto por boas atitudes.
Tem pessoas que reclamam muito, estão há 4, 5 anos na empresa, mas não fazem nada para crescer... essas não crescem porque não quer.
Ufa... terminei hahaha...
Ah! Quem quiser que eu passe o currículo para algumas empresas, me envie em ronaldobf@linkway.com.br
Eu tenho alguns amigos em algumas empresas. Mas para tal, é necessário que se tenha o mínimo de inglês para conversação e interesse na área.
Abraços,